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quarta-feira, 30 de abril de 2014

SÓCRATES E A FILOSOFIA


Gerson N. L. Schulz




Alusão a Sócrates na hora de sua morte.
Sócrates foi um filósofo grego que viveu por volta de (469 – 399 a.C). Seu lema era: "Conhece-te a ti mesmo". Ele partia da premissa de que nada sabia. Por isso incitava os jovens ao questionamento do óbvio: tinha a coragem de questionar em praça pública conceitos cotidianos como: "o que é a felicidade?" "O que é a coragem?". Muitos, arrogantemente, tentavam responder com exemplos: "coragem é enfrentar o inimigo de peito aberto em batalha!" Sócrates retrucava: "isso não é loucura, suicídio?" Outro dizia: "a felicidade é ter muito dinheiro!" Sócrates ironizava: "não há ricos que se suicidam?" E todos se calavam, pois nenhum dos interlocutores conseguia definir, claramente, esses e outros conceitos considerados inquestionáveis como a bondade, a justiça, o belo. Destarte, as aulas de Sócrates a seus discípulos trouxeram-lhe a fama, ainda mais porque ele nada cobrava de seus alunos, diferentemente dos filósofos sofistas (profissionais na arte da retórica) que cobravam altos preços por suas aulas. Sócrates, inevitavelmente, questionou as grandes verdades da sociedade grega: a política dos poderosos, a justiça dos tribunais, a venda do conhecimento praticada pelos sofistas (a quem detestava) e a religião pública controlada pelos sacerdotes. Suas perguntas ácidas e sua ironia para com os inimigos incomodaram a classe abastada de Atenas, a quem interessava manter o status quo na política e na religião, pois esses eram seus baldrames no palco do poder, por isso houve uma confabulação para levar Sócrates ao tribunal e condená-lo sob a acusação pífia de perverter a juventude e subverter a ordem estabelecida. Na prática, o que Sócrates fazia era incitar os jovens a pensar, apenas.
Enfim, por isso, ele foi obrigado a beber o venenoso sumo da cicuta aos setenta anos de idade.


REFERÊNCIAS

PLATÃO. República. Lisboa: Gulbenkian, 1993.

REALE, Giovanni ; ANTISERI, Dario. História da filosofia: antiguidade e idade média. 6. ed. São Paulo: Paulus, 1990.